De uma vez só a smart renovou o ícone e ressuscitou a versão de 4 lugares. Partem de uma mesma base, partilham motores, interiores e praticamente todo o equipamento. Em tudo o resto diferem, incluindo na atitude em estrada. Daí a razão de um texto conjunto, realçando embora tudo aquilo em que diferem
Desde que nasceu a primeira geração no início do século, o smart fortwo (no início só smart) evoluiu em termos mecânicos e de estilo, mantendo a mesma silhueta.
Conservou também princípios básicos: motor e tracção traseira, protecção extrema dos ocupantes (materializada na célula de segurança tridion) e uma capacidade de manobra extraordinária, capaz de lhe conferir superioridade em condução urbana.
Em 2014, surgiu a actual geração. Um smart completamente novo. Plataforma nova, mecânica nova, interiores novos. Adivinham o que é que se manteve? Nem mais: tudo aquilo que sempre caracterizou um smart, reforçando os dois últimos aspectos descritos anteriormente, a segurança e a facilidade de manobra.
Para chegar a este resultado sem um investimento ruinoso, o grupo Daimler alargou a cooperação que mantém com a Renault e desenvolveu a nova geração em conjunto com o Twingo.
Foi assim que nasceu o novo fortwo e foi ressuscitada a versão de quatro lugares, o forfour, carro comercializado entre 2004 e 2006. Exacto: durante apenas 2 anos…
Para controlar custos, os novos smart de dois ou quatro lugares partilham muita coisa. Praticamente tudo até ao encosto do banco dianteiro. Daí para trás um deles esticou para receber dois lugares, o outro encolheu para ficar mais pequeno. Com resultados diferentes ao nível da capacidade da bagageira: 260 litros no fortwo, 190 na versão com 4 lugares. Está mesmo correcto: o mais pequeno oferece mais espaço de mala.
De comum, smart fortwo e smart forfor têm o mesmo tablier e a mesma posição de condução. Excelentes em visibilidade, contam com bancos envolventes, de uma só peça (com encosto integrado) e com regulação em altura. Um e outro, consoante o nível de equipamento, podem variar na decoração do interior e nos acessórios: conta-rotações sobre o painel de instrumentos, sistema multimédia com ou sem ecrã táctil que engloba sistema de navegação, etc…
A primeira reacção natural e involuntária que tive no primeiro contacto com o forfour foi estabelecer uma analogia com o Twingo (ler ensaio). Com ela surgiu a primeira surpresa: é possível encontrar semelhanças, mas é impossível confundi-los! O que é muito bom.
O smart forfour assume uma identidade própria, mais egocêntrica e mais exclusiva. Excepto na versão mais básica que propõe banco corrido, a configuração individual dos dois bancos traseiros é mais confortável e, caso o condutor e pendura não tenham pernas longas, a distância entre bancos é uma surpresa.
Para isso contribui a configuração mais fina dos bancos dianteiros. Mas como não há milagres perfeitos, o espaço em altura não é nada recomendado a ocupantes com mais de 1,70 metros. Bom mesmo é o ângulo de abertura das portas laterais traseiras.
Excepto na diferença de lugares, smart com dois ou quatro lugares diferem na capacidade e no acesso às respectivas bagageiras. Mais pequena mas mais versátil graças à possibilidade que existe de expandi-la com o rebatimento dos encostos (975 litros e um comprimento de carga de 2,22 metros com o encosto do banco do passageiro dianteiro rebatido), à mala do forfour acede-se por uma porta de abertura bastante convencional.
Um pouco mais vasta mas naturalmente com expansão mais limitada, a parte traseira do smart fortwo abre em duas secções: primeiro o vidro, depois a parte inferior, facilitando o seu acesso em estacionamentos mais apertados. Tal como já acontecia anteriormente, a tampa inferior integra uma caixa que permite acondicionar pequenos objectos no interior.
Motorizações distintas
Por baixo do piso da mala de ambos, protegido por uma tampa que facilmente se desparafusa, aloja-se um de dois motores a gasolina: com 71 ou 90 cavalos, ambos com 3 cilindros. O primeiro atmosférico e desenvolvido com base na versão turbo com 90 cv, mas com um acréscimo de cilindrada (maior curso dos pistões) para compensar o ganho de potência alcançado com a utilização do turbo.
Os consumos equivalem-se: 6 a 7 litros, com ligeira vantagem do fortwo. Na realidade poderão ser maiores na versão mais potente com turbo, apenas pela tentação de tirar mais partido das suas capacidades dinâmicas. O motor de 90 cv proporciona melhor binário e permite manter mais tempo o andamento sem recurso à caixa. No entanto a versão atmosférica mostra mais do que competência para o peso dos conjuntos e, seguramente, acarretará menores custos de utilização.
Independentemente de terem um ou outro motor, com mais ou menos potência, as duas versões transmitem sensações diferentes. A circunstância de ser um “tudo-atrás” (motor e tracção) torna a frente do fortwo menos sensível, uma vez que, sendo mais curto, tem uma distribuição de pesos mais equilibrada. Por isso a direcção é menos sensível e o carro acaba por parecer ter uma condução mais segura.
O construtor revela que o eixo dianteiro e a suspensão dos novos smart adoptam elementos do Classe C da Mercedes-Benz. A direcção assistida tem desmultiplicação variável, mas o facto mais extraordinário em ambos é a capacidade de manobra bastante reduzida. No caso do fortwo ainda mais. O raio de viragem é de 6,5 metros entre passeios e de 7,30 metros entre paredes, enquanto o forfour inverte a marcha em 8,65 metros e 8,95 metros respectivamente
Isto só é possível porque a ausência de motor à frente permite que a direcção e as rodas possam girar mais, logo apresentar um ângulo de viragem mais elevado. A diferença de manobra entre ambos está naturalmente no facto do fortwo medir apenas 2,69 metros, enquanto o comprimento do forfour é de 3,49 metros.
Igualmente bom é os novos smart poderem dispor, finalmente, de caixa de velocidades manual. Permite maior domínio das reacções do carro e retirar melhor aproveitamento do motor, sobretudo no caso da versão mais potente. Embora esta pareça às vezes autocastrar-se, eventualmente para impedir ímpetos de aceleração que possam tornar menos seguros alguns excessos do condutor.
Opcionalmente há uma transmissão (verdadeiramente) automática que – aleluia! – não herdou o carácter enjoativo da anterior.
É verdade: como o motor e a tracção são traseiros e não sobra muito espaço para mais, à frente, sob um capot em fibra, encontra-se a bateria e os depósitos dos líquidos de refrigeração.
É verdade: como o motor e a tracção são traseiros e não sobra muito espaço para mais, à frente, sob um capot em fibra, encontra-se a bateria e os depósitos dos líquidos de refrigeração.
Razões para ser smart
“smart” escreve-se com letra pequena. Porquê? Precisamente para realçar o carácter compacto do carro.
Mas pequeno, outra forma de dizer compacto, não significa que seja um carro barato. Nunca foi, nem mesmo para quem o constrói (grupo Daimler) e por isso mesmo também nunca foi lucrativo.
Motivo: nunca se venderam tantas unidades quanto as que seriam necessárias para rentabilizar o projecto. Para agravar os números ainda surgiram algumas intenções (leia-se tentativas goradas de expandir a linha de modelos) menos bem conseguidas que ajudaram a avolumar as contas.
Mas as cidades já não passam sem o smart e muitos jovens - e menos jovens - condutores também não. O que significa que conseguiu ser um modelo transversal a todas as gerações e, novo ou usado, também a todas as classes sociais.
CARACTERÍSTICAS MAIS IMPORTANTES – Versão de 71 cv
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smart fortwo
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smart forfour
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Preço (euros):
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desde 12.750,00 (*)
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desde 13.750,00 (*)
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Motor
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999 cc, 3 Cil./12 Valv., 71 cv às 6000 r.p.m., 91 Nm às 2850 rpm,
Injecção indirecta
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Prestações
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151 km/h, 14,4 seg.
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151 km/h, 15,9 seg.
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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4,1 / 3,7 / 4,9 litros
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4,2 / 3,89 / 4,8 litros
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Emissões (CO2)
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93 gr/km
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97 gr/km
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CARACTERÍSTICAS MAIS IMPORTANTES – Versão de 90 cv
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smart fortwo
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smart forfour
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Preço (euros):
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desde 13.250,00 (*)
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N/disponivel
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Motor
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898 cc, 3 Cil./12 Valv., 90 cv às 5500 r.p.m., 135 Nm às 2500 rpm,
Injecção multiponto sequencial, Turbo
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Prestações
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155 km/h, 10,4 seg.
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165 km/h, 11,2 seg.
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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4,2 / 3,7 / 4,9 litros
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4,3 / 3,9 / 5,1 litros
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Emissões (CO2)
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97 gr/km
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99 gr/km
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