O T-Roc é vital para a economia portuguesa e para a atividade da AutoEuropa.
Pela primeira vez em muitos anos, a fábrica de Palmela recebeu um modelo de grande volume de produção, que não só obrigou a ampliar instalações e reforçar a cadeia logística, como, nos primeiros quatro meses de 2019, o Volkswagen T-Roc foi o principal responsável por já se terem ultrapassado as 100 mil unidades automóveis produzidas em todo o País.
Este carro nasceu, por assim dizer, à medida do que o mercado pedia: é um SUV compacto, tem presença e uma imagem estética simpática, uma condução prática e, sendo de uma marca muito desejada, tem um preço e custos de utilização acessíveis.
Pode dizer-se que a Volkswagen cumpriu, um a um, cada um destes critérios.
É verdade que não teve de ser esforçar muito, porque o T-Roc assenta sobre muito daquilo que o construtor já fabrica para outros modelos do grupo, leia-se plataforma, mecânica e equipamento.
Porém, esta é a tendência atual da indústria automóvel.
A genialidade do T-Roc é conseguir parecer um grande carro sendo, no fundo, um carro barato.
Interiormente não oferece muito espaço traseiro para os ocupantes, mas assegura uma boa mala: 392 litros a 445 litros, rebaixando-lhe o piso.
A qualidade dos plásticos parece também estar longe daquilo que a VW geralmente é capaz, mas é fácil de limpar.
E o desenho e as cores personalizáveis do interior disfarçam tudo isto, já que, da posição de condução à visibilidade ou funcionalidade dos comandos, não há muito para criticar; bem pelo contrário.
O mesmo acontece com o o equipamento presente de série em muitas versões – ou que é possível acrescentar – nomeadamente as mais recentes ajudas à condução e sistemas de segurança ou de conectividade.
O T-Roc é como um português desenrascado
Depois de atraídos pela estética, a condução prática e nada confusa, assim como o conforto assegurado pela largura entre os eixos e pela flexibilidade da suspensão (sobretudo face à altura lateral dos pneus) são, seguramente, o que mais vai cativar a maioria dos interessados.
Porque, de facto, o T-Roc apresenta uma estabilidade muito boa para um carro que parece um SUV mais elevado, quando, na realidade, não o é assim tanto.
Por isso, conservá-lo dentro do alcatrão ou não fazer grandes aventuras por estradões demasiado irregulares é uma precaução inteligente.
O VW T-Roc é, no fundo, um Volkswagen dos novos tempos: um carro que nasceu para ser popular e aí reside parte importante da sua genialidade.
Sacrificar nos plásticos como em outros pormenores que permitiram poupar peso permitiu encaixar-lhe o motor de 1,0 litro de 3 cilindros e 115 cv, suficientes e espantosamente prestáveis, e mais surpreendentemente ainda porque consegue sê-lo com consumos realmente baixos.
Provavelmente dos poucos em que são possíveis médias próximas das anunciadas, apesar de, naturalmente, não garantir ao T-Roc 1.0 TSI um comportamento desportivo.
Mas assegura preço aos que dão valor a um carro por razões de imagem pessoal.
Sem comentários:
Enviar um comentário